FALSA FEITICEIRA…

Eu circulo meus sonhos como fazem as bruxas em suas orações.
Protejo-me dos vícios que me assolam.
Quase tudo o que me acontece vem das noites escuras, das rotas desconhecias.
Toco casas caiadas. Abro janelas azuis. Descalça, percorro varandas lilases, cheias de flores minúsculas e folhagens aveludadas. Mais à frente há um mar, verde e silente que me engole a alma.
Assim vou, abrindo e fechando portas brancas, onde se erguem cenários esquisitos.
Essa é a minha casa – labirinto que me esconde… tenda que me protege.
Sou esse túnel com os fios de Ariadne sempre às mãos.
Eu tateio sombras.
Eu me perco! Eu me acho!
Adormeço dentro do círculo feito de giz e de sal.
Esses são os meus dias, onde as horas são feitas de fantasmas, que saem da minha mente, quando, na verdade, eu queria apenas correr pelas florestas, nos momentos raros em que sou tomada por uma partícula de lucidez.

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