A NECESSIDADE DO ÓCIO…

Essa manhã acordei pensando numa frase do Walt Whitman – “Quem anda duzentos metro sem vontade, anda seguindo o próprio funeral, vestindo a própria mortalha.”

Ai então silenciei-me e comecei um exercício muito introspectivo de repensar meus últimos anos vividos.
Quantas coisas fiz, muitas delas, as quais nem gostava.
Por quanto tempo tenho tecido uma mortalha por conta de somente fazer… fazer… e fazer?
Fazer coisas que muitas vezes nem preciso fazer.
Fazer pelos outros que na maioria das vezes não estão nem aí pelo que você faz ou deixa de fazer, por eles ou mesmo por mim.
Deve ter chegado a hora de seguir meus fluxos…
Preciso desfrutar mais da vagabundice e languidez dos gatos.
É urgente que eu pare para respirar e ir na direção do ócio, retomando várias leituras, refazendo um caminho já feito e desfeito tantas vezes.
A perda de algumas coisas abre espaço para outras tantas preencherem o vazio que fica, quando algo nos vai embora.
Não quero ser um buraco fundo que não chega a lugar algum.
Ainda há tempo!
Preciso me dar a chance de ser mais individualista, não na forma egoísta de ser, mas de olhar mais para as minhas vontades, meus desejos e executá-los, por mim, para depois olhar para trás e descobrir que tudo realmente valeu a pena.

Dias passados muitas coisas me foram tiradas, mas na verdade, elas não foram. Elas apenas esvaziaram partes que estavam repletas de entulhos para me dar uma oportunidade de me reencontrar com o ninho ao qual pertenço.

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