Ao meu Patrono, Augusto dos Anjos: – Por Cilene Arnaut

Augusto
Eu também tive, em minha juventude, momentos de monumental tristeza
Rancores, raiva em sua plenitude, poemas duros, cegos de certeza
Mas era pobre a minha poesia, Os recolhi medrosa e apressada
Do julgamento eu sempre fugia. Os julgadores eu não suportava.

Na juventude recolhi meus versos. Pudor e medo tiravam-me o chão
Na maturidade, fiz caminho inverso. E sua obra é pura inspiração.
Compreendi que os grandes altares feitos de luz também refletem sombra
Sonho tranqüilo, despertar risonho e o outro sonho que a alma assombra

Pudera eu compor com a maestria desse poeta todo singular
Quem dera uma linda parceria, na oposição, lhe ser complementar.
Posto que o oposto não seja o contrário. Posto que opostos possam se abraçar
Antes, porém, tenho que aprender. Longo é caminho e infinita a lição

De onde estiver, poeta incompreendido, receba minha eterna gratidão

Cilene Arnaut
Analista Educacional aposentada, contadora de histórias, natural de Liberdade, MG. Faz parte da Academia Caxambuense de Letras

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