Esse meu amor crispado de dor.
Da cor do algoz que voa sorrateiro,
cumprindo a sentença da própria morte…
Esse amor que lacera a mais densa camada de sonhos
e dos pensamentos tristonhos que tanto escondo.
Esse amor que já não é mais segredo,
porém é cheio de medos, de sombras e máculas…
Esse amor quase vazio ou à meia taça de absinto barato,
desbotado e inodoro…
Esse amor que me teletransporta ao infinito,
mantendo-me presa à vista de sentinelas.
Amor sem medida, sem esteio, sem norte ou rastreio.
Amor de pouco caso, com nesgas de loucuras e devastado.
Ah! Esse amor que é como veneno injetado nas veias…
Amor que me incendeia a alma e que me lava a face.
Amor que é tudo, menos covarde.
Esse amor, que diante do precipício se joga
Porque sabe que no fim da queda
Há sempre um abraço para lhe salvar.