A água verde e enfurecida do mar vem para me salvar.
Abraça-me como espelho líquido.
Nesse espelho faço o que todos fazem… vejo o que todos veem.
Símio… mimesis do próprio eu, fazendo o que o mestre mandou.
Ruas mal iluminadas me aterrorizam em sonhos cubistas.
Vitrines obscuras escondem meu manequim.
Fora do meu corpo, no palco de um imenso teatro me refaço.
Sou bailarina, poesia… versos em estilhaços.
Sou começo do meu fim, justificando os meios desse sono profundo que me afaga, agora já fora do verde do mar.
Em águas claras, tranquilas e azuis um miosótis me seduz.
Sou a história encantada que o acorde traduz…
Sensação quase sempre inacabada de uma estrela, que se pendura no firmamento.
