Tem certos livros que temos que ler por trazerem consigo assuntos polêmicos, inquietantes e muito pertinentes.
Fica difícil explicar essa obra complexa de Carmem Teresa Elias, pois a autora aborda um tema sensível (ainda que muitos achem a MATERNIDADE UMA MISSÃO de ABNEGAÇÃO… RENÚNCIAS), carregado de visões antagônicas do que vemos por aí, sobre a MATERNIDADE, porque além do lado afetivo existem outros conceitos e emoções envolvidos que nunca são exteriorizados pelas mulheres, independente de suas tardições culturais.
Carmem relata histórias orientais e ocidentais com um conhecimento claro, objetivo e profundo de relações entre mães e filhas, suas indagações cruéis sobre os papéis de cada uma, suas idiossincrasias, desestabilidades ou desconfortos.
Relações conflituosas, violentas e intensas.
Uma busca insessante pelo real sentido do que é a maternidade, tanto do papel das mães, quanto de seus filhos.
Relata relações de embates, não pelo simples fato de expor violências, mas sim para construir reflexões sobre o SENTIDO DE SER MÃE.
O que se espera da mulher enquanto MÃE? O que a sociedade cobra de uma PROGENITORA? Quanto custa ser MÃE não no sentido socioeconômico, mas psicológicos, estruturais, físicos, mentais?
Não esperem páginas mansas, com eufemismos ou metáforas.
Carmem Teresa Elias, numa construção textual afiada, desenboca o que muitas mulheres sentem e, na maioria das vezes, não conseguem exteriorizar, por fazerem parte de uma sociadade patriarcal e castradora.