Ando à toa,
na ponta da proa
de um barco fantasma
que navega em meus sonhos, desenhando melasmas,
manchando a minha pele
de uma cor que não é minha.
É apenas tatuagem rústica e sem sentido
que me definha.
Caminho em solidão
Dentro de um vestido gasto,
na ânsia de conseguir algum amor barato
no barato total de um dia feliz.
Volito em trilhas de florestas distantes
esperando meu cavaleiro errante,
ainda que seja em seu cavalo pangaré.
Corro, de maneira urgente,
dentro de todos os passos emergentes
para ter a sensação de engolir vorazmente a vida
e depois sentir desesperadamente
a possibilidade de voar.