É FAKE…

É fake. É mentira. É falso e, acima de tudo tem conotação criminosa.

Considero um crime as propagandas enganosas que tem por objetivo ludibriar aqueles seres mais cautos, desprovidos de malícias ou tão ávidos por realizarem seus sonhos que caem no canto de Circe.

Todas as vezes que abro meu Facebook, onde posto diariamente meus devaneios e desvarios e, dependendo do dia, a poética que verte da alma, vejo esse anúncio que faço questão de denúnciar sempre que me aparece, mas que, por ser um anúncio pago, não sai do espaço reservado às vendas dos mais mirabolantes produtos.

Os algorítimos funcionam de acordo com nossas postagens e pesquisas e, como pesquiso e posto sobre conteúdos literários anúncios assim, vergonhosos, tornam-se incidentes.

Minha sobrinha diz que o Facebook está ultrapassado, mas o fluxo maior dos meus leitores está nele e também amigos queridos, com quem troco recadinhos e ternuras há quase 15 anos, então, por lá, permaneço.

Mas vamos ao fato!

Trabalho com LITERATURA desde que me conheço por gente.

Escrevo, ainda que não profissionalmente, há mais de 40 anos, para ser precisa, 43.

Meu primeiro livro publiquei em 2018, mas antes disso, desde a adolescência, meus textos e poesias eram publicados em jornais, concursos, antologias.

Sou educadora por profissão e escrevo por dom e por ter uma alma sonhadora e sempre inquieta.

É necessário escrever assim como respirar.

Desato os nós que se formam em mim.

Ganhar a vida como escritora? Confesso que seria bom ganhar uns trocados para, pelo menos, cobrir os gastos investidos nas publicações independentes.

Porém a cadeia LITERÁRIA é complexa e não vive só de inspirações, aliás, inspirações e criações de conteúdos, nessa teia, são os que menos importam. O que importa mesmo é o sonho do autor em ser publicado e, aí, essa cadeia funciona a todo vapor.

Mas voltando ao cerne da questão, fico profundamente enfurecida com certos produtos e me pego imaginando a cara de pau da bandidagem, porque bandido não é só aquele que nos aborda de arma em punho, mas aquele que nos arranca de maneira manipuladora os nossos sonhos.

Eu nunca vi os meus pares ficarem milionários. Exceto alguns, renomados e autenticados por rankings, nem sempre confiáveis. E olha que conheço escritores dos quatro cantos desse mundão de deuses.

A gente “rala pra caramba”, fazendo malabarismo para mantermos viva a nossa ARTE.

Muitas vezes contamos os centavos para participarmos de feiras, saraus, lançamentos, formações contínuas enquanto os espertinhos de plantão oferecem fórmulas mágicas de como escrever um livro em duas horas ou como se tornar um escritor riquíssimo.

Chega a dar cãimbra no estômago de tantos risos, disparados, quase que de maneira histérica.

Conheci um camarada, há alguns anos atrás, quando a internete estava pondo os pés nesse território sem donos e sem punições, que vendia fórmulas milagrosas de se ganhar dinheiro nas redes.

Pensei, o cara deve ser super bem sucedido. Provavelmente tem um carrão e mora numa cobertura com piscina e área gourmet… Quiçá, viaja muito, porque eu, se ganhasse muita grana, iria viajar aos cântaros…

O que descobri é que o moçoilo utilizava computador de Lan House, morava numa quitinete furreca da cidade, comendo mortadela e arrotando carpaccio.

Deve ser o caso dessa criatura, onde seu produto de venda foi construído pelo chat GPT, provavelmente nunca escreveu uma página que seja fruto autêntico da sua produção e quer ensinar, cobrando pelo trabalho, ainda que não seja ele formado no ofício.

Mas fica aqui o ALERTA!

E, caso meus amigos escritores estejam milionários com a venda de seus livros, por favor e encarecidamente, dividam a receita desse feito comigo, pois repartir o pão é questão de humanidade, generosidade, empatia e, é chique demais ser solidário com aqueles que ainda não chegaram lá.

Sou sonhadora, mas não me perco em ilusões…

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