Definir um ser humano é um ato extremamente complexo, pois somos todos um grande mosaico, onde cada peça tem uma finalidade na composição da ARTE FINAL, mas a Anna Esteves se definiu, para mim, em poucas palavras, que analisadas profundamente muito dizem: “Sou, definitivamente, HUMANA. VOLÁTIL.“
De fato, um artista por si só é humano e, por ter a mente sempre afiada, em busca da perfeição de sua obra, é volátil – mecanismos de quem precisa que as coisas cheguem e se vão no mesmo momento para poder deixar espaços sempre abertos para novas criações. Veja bem, Anna não é volátil porque quer ou não quer, deseja ou não deseja, começa e desiste… Não mesmo! É volátil porque precisa, muitas vezes, como todo gênio da criação, mudar nuances pastéis para utilizar-se de uma palheta mais vibrante; largar projetos pequenos para abraçar outros gigantes.
Nasceu numa família que ama música. Em casa sempre teve música em festas, música para fazer almoço, durante a faxina da casa, lavando roupa, debaixo do chuveiro… Enfim, uma playlist para cada momento.
E eu aqui fico imaginando que casa FELIZ, porque a música é a tradução universal das emoções, independente da língua nela utilizada.
Por tudo isso, não teve como fugir, confidenciando-me, a cantora que, foi esse ambiente que a direcionou a ser artista e, não apenas, uma pessoa apaixonada por música.
Além do ambiente familiar os colégios onde estudou, eram lugares que possibilitavam o seu desenvolvimento musical, por meio de festivais, atividades culturais e ótimas aulas.
Além da música, Anna trabalha com COMUNICAÇÃO, portanto me revelou que, se não tivesse a música ao seu lado, se tivesse que optar por outra função, seria PUBLICITÁRIA e, talvez, se tivesse que escolher, de novo, caminharia para a medicina ou algo ligado ao bem-estar das pessoas.
A carreira da cantora começou quando criança, onde, desde muito cedo, brincava imitando clipes de outros artistas e também compondo suas próprias canções, não lembrando, em nenhum momento da sua vida, no qual a ARTE não estivesse inserida.
Além de cantar, Anna é compositora.
Há uma diferença muito acentuada e complicada, no meio artístico, para quem se apresenta cantando músicas de outros cantores e compositores, apresentando-se com um repertório que não é próprio daquele que faz a opção de construir seu caminho autoral.
“Definitivamente, são caminhos e objetivos de carreira bem diferentes. A carreira de um artista que interpreta canções de outros compositores é mais alinhada a oportunidades em bares, festas direcionadas e até pode acontecer de acabar gravando alguma dessas obras de terceiros, mas na minha visão, é uma carreira um tanto limitada. A carreira autoral é totalmente diferente. É negócio. É transformar sua arte em produto, saber vender, se posicionar e fazer acontecer. Além do prazer de cantar suas próprias palavras, é uma carreira que vem com uma pitada de responsabilidade e política. O que, sou suspeita pra dizer, mas me dá muito tesão. Acredito que a caminhada autoral é mais sobre SER do que interpretar. A dificuldade de cada uma das opções depende do objetivo de cada artista. Acho que se estabelecer no mercado da cultura, de maneira independente é difícil de qualquer forma. Seja por vender seu show pra bares na cidade, ou pra negociar que seus fonogramas ganhem destaque em uma distribuidora.” – relatou Anna, como quem, apesar de pouca idade, conhece muito bem o segmento musical.

Quis saber da cantora, como ela vê o cenário musical de Minas Gerais, estado onde ela mora e, com muita propriedade afirmou que: “Eu vejo muita riqueza aqui. Tanto conceitual, quanto literal. Tem muita grana e tem muito artista qualificado aqui. Só não sei se estão no mesmo caminho HAHAHAHAHAH. Nós temos uma cena muito bonita na MPB, assim como os grandes da história, Clara Nunes, Milton Nascimento, Lô Borges, a gente continua esse legado e principalmente, no interior. As grandes vacas gordas estão, de fato, no sertanejo. Onde tem gente boa também.”
Nos dias atuais muitos artistas confessam que é difícil viver somente de arte, então quis saber se Anna vive somente da sua ARTE – sonho de todos aqueles que nascem para brilhar e que anseiam viver da CULTURA ARTÍSTICA que produzem.
Com um olhar muito real, ela descreveu que: “Talvez por ter menos acesso ao grande mercado fonográfico, nossa arte seja mais verdadeira do que a de alguns artistas por aí. Nas grandes metrópoles, é muito mais fácil ter uma visão ampla de mercado e conseguir criar um personagem pra sanar uma necessidade analisada ali, sabe? Pra tapar um buraco de onde tem investimento e falta gente. Eu acredito muito no interior, mas ainda me sustento da área de comunicação. Estou nesse momento de migração. Trabalhando o triplo, investindo tudo na música, pra conseguir me “desmamar” muito em breve.”
Recentemente, Anna lançou um EP e a sensação que descreveu foi a de ter realizado um sonho que parecia muito distante e, de certa forma, inalcançável – “Eu estava há anos trabalhando nesse projeto e todas as tentativas falharam miseravelmente. Vezes por falta de recurso, outras por falta de profissionais qualificados. Até que fui abençoada pela vida de conhecer os meninos (Felipe D’Angelo e Bernardo Bauer) e tudo foi acontecendo a partir daí. Parece que quando é pra ser, é, mesmo.”

Com um ar sonhador, que é típico e necessário para todos aqueles que embrenham os caminhos da ARTE, porém sem esquecer a resistência que tanto faz parte dos dias de luta de todos aqueles que entalham suas obras a artista diz: “Eu espero que a gente sobreviva, do fundo do meu coração HAHAHAHAH. Eu espero que num futuro muito próximo, artistas consigam ter vidas mais dignas a partir das suas obras, claro, me incluindo nessa. Que num mundo cheio de doença mental, mais gente consiga escolher fazer o que realmente gosta, porque é revigorante, muito gratificante. Dá força pra fazer “o resto”.”

Eu concluo, também, cheia de esperança, que um dia a ARTE seja vista como uma profissão ao alcance de todos aqueles que são talentosos.
Que o fazer artístico seja reconhecido como todas as demais profissões.
Que o artista possa escolher a sua arte como quem escolhe ser médico, professor, engenheiro, de maneira natural, sem discriminações.
Que o artista viva de sua arte e não seja marginalizado por ela.
Para a querida e superstar ANNA ESTEVES, vida longa e um caminho cheio de estrelas.
No mais, que haja sempre mais pessoas fazendo ARTE do que o aumento desordenado do uso de psicotrópicos ou consultórios psiquiátricos crescendo a cada dia.
Que a ARTE seja ponte para uma vida saudável e que a LINGUAGEM UNIVERSAL da MÚSICA da Anna, transborde, em felicidade, nos nossos dias.
Para quem desejar acompanhar e conhecer mais sobre a cantora, basta acessar seus canais de divulgação:
Respostas de 5
Logo uma super star ! Maravilhosa ! Td sucesso do mundo pra vc !
Concordo. Fanzoca de carteirinha!
Que carinho!! Amei demais, Malu! Obrigada pelo espaço, pela atenção e todo o apoio 💗💗💗
Eu que agradeçoa confiança e atenção…
Minha função enquanto amante da ARTE e CULTURA é falar de quem faz coisas lindas…
Sou fã 🩷🩷