CORPO AO VENTO…

Que meu corpo ecoe,
transcenda na dança do vento.
Que minha palavra seja lavada,
na água salgada do mar.
Que minha alma seja carregada
pelas areias de todas as praias…
Que meus olhos chorem todos os lamentos
e, depois, brilhem incessantemente
sob todas as fases do luar.
Que meu coração seja quente
como quente é o meu intermitente amar.
Que eu seja eu, por todas as minhas
infinitas extensões
e, que eu saiba conjugar
a febre, a loucura, a doçura,
a leveza densa, a tecitura,
no meu respirar.
Que se encerrem então
todas as minhas sílabas,
meus gestos, em tatos e afetos,
toda vez que eu lhe tocar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *