Caminho, entre o vento e o sol,
guiada pelas mãos das estações.
Toco flores, espalho folhas…
Douro a alma no verão,
no frio, aqueço com sonhos, o coração.
Sinfonia de Vivaldi, tingindo meu corpo
num estendal de desejo,
num cortejo exposto,
vou lambendo as bordas dos dias
na sombra da melodia
e entre janelas abertas
por onde entram infinitas borboletas,
minhas mãos colhem os frutos
da minha imensa tristeza.
Melancolia que não tem alento,
Solitude involuntária…
Sou como pescador de pérolas
em águas turvas e rasas,
na beira da praia.




