Nas terras do teu corpo estabeleci morada.
Casinha branca em teu peito, fui abrindo portas e janelas,
deitando-me em teu leito a esperar por tua chegada.
As manhãs, café à mesa posta nos teus jardins,
a ser tomado em finas porcelanas com talheres de prata,
onde borboletas arrulham feito pombos de cores marfins.
Descendo pelas cascatas mansas dos teus abraços,
Desfazendo nós e apertando laços, aninho-me,
No côncavo doce do seu abdômen onde a tarde flui.
No cair da noite, na escuridão profunda e doce das tuas florestas,
Eu, mata virgem e silenciosa abro meus receptáculos
E colho a tua seiva, sem reservas.
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