EM TEU TERRITÓRIO…

Nas terras do teu corpo estabeleci morada.

Casinha branca em teu peito, fui abrindo portas e janelas,

deitando-me em teu leito a esperar por tua chegada.

As manhãs, café à mesa posta nos teus jardins,

a ser tomado em finas porcelanas com talheres de prata,

onde borboletas arrulham feito pombos de cores marfins.

Descendo pelas cascatas mansas dos teus abraços,

Desfazendo nós e apertando laços, aninho-me,

No côncavo doce do seu abdômen onde a tarde flui.

No cair da noite, na escuridão profunda e doce das tuas florestas,

Eu, mata virgem e silenciosa abro meus receptáculos

E colho a tua seiva, sem reservas.

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