SOBREVIDA…

Carrego em mim uma sobrevida,

Lascas mornas do mais fino amor…

Amor que não se sucede,

Que ninguém percebe,

Que nunca excede,

Que a nada precede.

Um amor só meu,

Com memórias doces que não perturbam,

Que apenas ficam na penumbra

E na claridade se deslumbra.

Uma pá de cal nas covas das minhas veias…

Um amor de silêncios que me deixa em paz,

Nos jazigos espalhados pelas minhas andanças,

Onde arranco ervas daninhas e cubro as falhas

com flores ou esperanças.

Uma sobrevida que precisa de amplos espaços

Que requer andaços,

Que dispensa cansaços

E desfaz nós para compor laços.

Sobrevida de sensações,

Transpassando sentimentos

Mas livre de emoções.

Carrego em mim uma sobrevida

Lívida e translúcida,

Exposta do lado oposto àquele que não é avesso.

Essa sobrevida se esconde

Nos passos de um sonho sem gosto,

No cenho dos meus olhos tortos,

No semblante arredio do rosto que raramente mostro.

Respostas de 5

  1. Coisas estranhas acontecem, milagres também. Eu estava fazendo este comentário e este site, esta página caiu! Eu estava dizendo que você foi mais rápida que eu e seu poema saiu antes. Mas eu eu comentava aqui sobre nossas conversas do café da manhã, falando sobre nossos sonhos e os fatos do dia a dia que nos dão a certeza de que existem sim os milagres do dia a dia que passam despercebidos. E os agentes desses milagres somos nós mesmos, pois o mundo é uma projeção de nossas mentes. Ele apenas é um espelho refletindo nossos sentimentos. Mas voltei para comentar que algumas pessoas estão tão enredadas no fazer o mal às pessoas que não percebem que vão enrolando suas unhas em cada pensamento que destilam. E nós aqui estamos a destilar poesias, a deslumbrar o mundo obscuro e sem significado de algumas pessoas, criando sobrevidas translúcidas que as incomodam mesmo sem querer. Temos processos mentais e insights que pessoas comuns ou mais baixas não alcançam; tipo: ‘Eu vi um anãozinho de jardim te adicionando hoje pela manhã”, – São códigos e você os entende, pois a linguagem poética vai além dos processos físicos e mentais dos pobres mortais. Os poetas têm a sua dimensão onde compartilham cada significado, com leveza e extrema compreensão “que se expõe do lado oposto daquele que não é avesso”. E tudo é muito claro e está explicado e traduzido…
    Assim seguimos e onde encontramos “os jazigos espalhados pelas nossas andanças, arrancamos as ervas daninhas e os cobrimos com flores e esperanças.” E enquanto espalhamos esta energia repleta de alta energia e com o coração leve, o universo nos retorna, naquele espelho, as imagens da boa nova! É a lei!

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