ENTRE AS PAREDES DO TEU MUNDO…

Não sabia o que iria encontrar,

mas mesmo assim fui adentrando

pelo espaço desconhecido que me seduzia.

Passos indecisos… imprecisos…

Coração passeando pela boca

e os pés flutuando em espumas ardentes.

A cabeça rodava, como um carrossel,

 fora de controle a cada milímetro conquistado.

Medo e desejo, lado a lado em audaciosa descoberta.

Sem querer transpus-me aos cenários dos teus sentimentos,

tão reais e, ao mesmo tempo, profundamente fictícios

que pude sentir os aromas, ouvir a música

e, por fim, encantar-me com teus jardins,

 suspensos entre as Babilônias que se construíram em mim.

Transcendi o universo material…

Ultrapassei a barreira do som.

Voltar já é impossível!

Pois entre as paredes do teu mundo fiquei perdida

e, todos os dias, tateio com mãos plasmáticas

a porta de saída que não mais existe.

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