Eu tenho um sonho.
Sonho dos beijos roubados em lábios docemente molhados, mas que eu mesma não roubei.
Simples desejos, aguados ou açucarados que se juntam a tantos outros sonhos que ainda não sonhei.
Sonho que vira sonhos e que se funde em mim em fractais vistos em caleidoscópios.
Sonhos furtados que roubei do menino distraído que deixou um sonho cair
No sonho a visão do amor… do afeto… dos gestos suspensos no ar.
Sonhos que se aninham dentro das bolhas irisadas de sabão.
Ah! Esses são os mais sentidos e coloridos quando soltos ao céu.
Frágeis, voláteis e tão infinitos.
Em todos os sonhos uma viagem no trenó do Papai Noel, na cápsula do tempo em que se coloca outros sonhos dentro.
E no fundo, bem no fundo, um sonho secreto e um pouco inconfesso e, é nesse sonho que eu quero crer, porque me lava a alma e me faz saborear o que há de mais bonito e insólito…
Sonhos que caem dentro de mim, como gotas reticentes e intermitentes de orvalho.
Sonho que ainda não sonhei, mas que estão prestes a florescer.
