Sou aquela que se esconde, dentro de um imenso armário e, pendurada em cabides, há milhares de mim…
Sou eu, desarrumada em gavetas, guardada em belas caixas redondas onde se guardavam os chapéus das senhoras.
Há dias que sou o vestido que o manequim carrega na transparência das vitrines… talvez um minúsculo biquíni.
Tantas de mim… ora em xales, ora em terno.
Sou a boca seca e limpa, mas também aquela que entorna o vermelho do batom, nos lábios entreabertos…
Sou eu, de unhas limpas e em outros dias pintadas.
Eu com pó compacto ou cara lavada.
Quantas de mim e eu não reconheço onde se dá o meu começo… muito menos o meu fim!
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